19/06/15

Palavras silenciadas




Ele fazia-lhe cafuné delicadamente, como ela gostava. Pois assim, era como se o tempo se eternizasse e passasse lentamente. Ela adormecia passado alguns minutos mas não ficava só. Ele invadia os seus sonhos e a fazia sorrir, fazia-a querer dar sempre mais de si, correr atrás do que queria e, acima de tudo, ser feliz. 
Mal sabia ele que quando ela acordava e o via ali dormir tão sereno, pedia a Deus que derramasse todas as suas bênçãos sobre ele. Desejava com todo o amor que tinha para que Deus não o fizesse sofrer e, caso isso estivesse prestes a acontecer, que a dor fosse apenas sentida por ela, mesmo que em dobro. 
Era um amor sem interesse, era mútuo e, o mais importante, era verdadeiro. Ela senti-o na sua forma mais intensa e sentia que era retribuído. 
Não eram precisas palavras, o silêncio, os olhares, as melodias, os pequenos gestos falavam por eles. Apenas sentiam e esse amor não diminuía, só aumentava a cada dia e permanecia, como tinha de ser. 
Ela fazia com que ele estivesse do seu lado sempre, em tudo tinha um pouco dele. Já ele, sabia que era amado e tudo que fazia era para a ver sorrir. 
Eles ainda não se encontraram, mas sabem que dependem desse amor para que os dias valham a pena e sejam vividos na sua forma mais pura. Mesmo distantes fazem-se presentes. Não tinha o que explicar, apenas viver e, eles viviam, na certeza de que um dia os seus caminhos se iriam cruzar. 


7 comentários:

  1. Nossa, achei esse texto tão triste que chega a ser angustiante. Nem sei o que dizer. É tão profundo... :(

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    1. Não tinha essa intenção :| Agora sou eu que não sei que dizer kkk

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  2. Só tu pra me fazer chorar , é muita perfeição num texto só, cada palavra uma verdade, um sentimento, sentir isso não tem preço. Ainda iremos saber o gostinho que é viver esse sonho.

    Priscila

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    1. Awn que linda :') Obrigado por estar sempre desse lado! A gente vai viver sim, acreditar sempre <3

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